Desculpe família, amigos e quem mais leia esse franzino e minguado blog sem graça pela falta de atualizações na última semana. Esse tempo de site entregue às baratas deve-se basicamente pela falta de internet e tempo por parte desse estudante não-ativo. Muitas coisas se passaram, e dias também, desde a última atualização, seria portanto, falta de massa cinzenta e por demais abuso da paciência de vocês, leitores de intervalo de aula ou familiares que dormem cedo, contar detalhes por detalhes o que aconteceu nesses dias. Vamos então às tripas, pois como diria o sábio Danilo, tudo que é tripa, é fato.
Depois de dar a última atualizada, não lembro se segunda ou terça, o céu caiu sobre Lincoln. Passava eu uma morgada, não-emocionante e cinematográfica tarde de nada a fazer quando a Liz chegou, por volta das 3p.m. e disse algo do tipo “Olha as cortinas que comprei! Ah, sim ,estamos sobre alerta de tornado, é melhor fechar as cortinas!” Com o mesmo alarde que expressei nessas últimas linhas, como se fosse algo do tipo “Ih, vem chuva!”. Corri para a porta e vi a nuvem que chegava trazendo poeira, saco de lixo, vento, tudo veio na minha cara. Peguei a câmera da Liz, pois a minha não vale o que o gato enterra, e filmei o que deu, a câmera não está aqui, por isso não vou mostrar imagens, talvez mais tarde, noutro post.
Com a minha empolgação, ela tratou de tentar me acalmar, “Acho que não teremos tornado, só granizo.” Dito e feito, com pouco tempo as pedrinhas de gelo faziam barulho ao bater nos telhados e janelas. Até uma árvore soltou um enorme galho na esquina aqui perto, sorte que ninguém estava por perto, também, se estivesse, seria metralhado pelo granizo e arrastado pelo vento. Mas chega de botar medo nos parentes, e deixar o povo preocupado, vamos às boas partes...
Um dia depois, chegaram os outros brasileiros. A farofada veio meio dispersa mas todos no mesmo dia, a ponto de fazermos o teste de inglês na manhã seguinte e pegar o busão para o acampamento. O teste é para ver o nível de english da grindalhada, sim, pois aqui nós somos os gringos, e colocar cada macaco numa turma que corresponda ao nosso nível. Já o acampamento é uma espécie de boas vindas para o bixos da engenharia, nós, farofada penetra, marcamos presença. O nome do lugar, para os mais bisbilhoteiros ou curiosos que queriam dar uma olhada na net, é Camp Kitaki, procurem também variações com “y”. Mas não tem o que se tire da imagem de acampamento que se faz quando assistimos algo tipo Acampamento Kukamonga, Acampamento dos gordinhos, desses o Matheus se lembra, ou qualquer desses filems de Camp que assistíamos quando não tinhamos nada para fazer, ah minha infância de cinema em casa!
Encontramos alguns gringos como nós, uma portuguesa com certeza, chinesa para variar e dois estudantes que me lembraram um trabalho de geografia que fizemos na oitava série, o Farukh, se é que se escreve assim mesmo, é do Tadjiquistão, se é que se escreve assim mesmo 2, e a Veira, 3, é do Cazaquistão, 4! Obrigado Tia Francy, aquele trabalho foi tão importante que deu até para tirar onda com os caras fingindo que eu sabia alguma coisa da região deles, tipo bandeiras e economia. O mais engraçado era quando alguém perguntava de onde o Farukh era, depois de ouvir tantos “What?!?!” ele dizia que vinha de Far far away, que no filme do Shrek é o reino de Tão tão distante. Da parte dos nativos, só consegui guardar o nome do Kyrik, da Amanda e da Marie, pois, enfim, encontro esses caras em todo o canto.
Claro que onde tem brasileiro gaiato tem zuada e futebol. Algum tempo depois de chegarmos, descobrimos uma bola sendo maltratada por um nerd americano. Chamamos o cara para jogar mas claro que ele já foi se saindo e liberando a bola. Mesmo com toda a categoria, elegância, domínio de bola, malícia, técnica, ginga e drible que nos falta, e digo que os outros eram < a mim, fizemos uma rodinha e começamos a jogar a bola para o alto, balãozinho, essas coisas que fazemos quando não temos gente suficiente para jogar. Em pouco tempo, juntou uma roda em volta da nossa só de gente olhando aqueles caras que possivelmente falavam espanhol jogando uma bola que chamam de futebol estranhamente redonda para uns e outros de maneira que mais estranhamente ainda, não caia.
Um ou outro nativo se juntou a nós mas as nativas marcaram presença. Ainda batemos um rachinha no que restou de grama depois da delimitação do campo de football e algo tipo football com aqueles discos que se joga de um para o outro. Ainda teve fogueira para assar marshmallows, arborismo, basquete, palestras para os bichos e feijão doce com hambúrguer e KiSuki no almoço.
O mais legal foi a volta para casa no dia seguinte. Chegamos no campus, fomos chutados dos amarelinhos que em Sobral tem alguns iguais, procuramos uma parada para pegarmos o outro ônibus que, segundo nossas intenções, nos levaria de volta para casa. P.S. a essa altura o narrador displicente deveria ter dito que o Thiciano está morando comigo e a Liz e o Victor passaria a noite sob o mesmo teto pois era um brasileiro desabrigado à procura de uma ponte quentinha e aconchegante. Depois de umas voltas no quarteirão até achar a parada, descobrimos meia hora depois que o nosso transporte não passava por aquele ponto, depois de pensar um pouco, decidimos inteligentemente confiar em meu censo de direção de barata tonta e ir andando, arrastando as malas e as dores no corpo adquiridas nos últimos rachas no acampamento.
Como não tínhamos chaves nem bateria nos telefones, todas as preces eram para que a Liz estivesse em casa. Preces não atendidas, quarenta e cinco minutos perdidos a esperar, decidimos nos aventurar mais uma vez nos ônibus e tentar chegar na casa do irmão do Thiciano, mas dessa vez contávamos com a valiosa ajuda do guia de linhas de ônibus da cidade. Sabíamos onde esperar o transporte, qual ônibus pegar, onde descer para pegar a outra linha e até sabíamos que podíamos usar o serviço de transporte público mostrando a carteirinha de estudante da faculdade, só não contávamos que a outra linha já não tinha mais carros circulando e que desceríamos dois quarteirões depois. Pior para o Victor, que não tinha carteira de estudante e teve que pagar US$1,25 para a loira que dirigia o busão. Claro que até conseguirmos o primeiro ônibus, teve o tradicional, “Vou só ali enquanto o ônibus não vem!”, acompanhado do, “Pqp, lá foi o ônibus!!”. Confesso que esse fato está entre as minhas falas.
Rodamos um pouco para nos situarmos, achar um telefone onde poderíamos ligar não sei para quem, pois não sabia número de ninguém a não ser o meu e como já disse anteriormente, não tinha batería. Nesse meio tempo demos de cara com uma loja de conveniência fechada, eu ia entrando na casa de um cara que eu jurava ser uma loja de conveniência e conhecemos um outro cara que, segundo ele, até nos daría uma carona se não tivesse que comprar algumas coisas para a mulher dele. Lia-se nesse momento em nossas mentes, “Corno manso!”.
Coincidentemente, o Farukh me disse ainda no camp onde ele morava, coincidentemente 2 foi eu me lembrar mais ou menos onde era e 3 de estarmos mais ou menos por perto. Saí vagando pela rua procurando por algo que indicasse que naquela casa moraria alguém do Tadjiquistão. Meio quarteirão depois, me virei e vi o Thiciano e o Victor conversando com o Diego, personagem já apresentado anteriormente, ex-aluno do Prof. Felipe. Os outros dois não o conheciam, o contato só foi possível pois o Diego estava com uma camisa alvi-negra do Ceará. Ele nos levou para casa, eu pude ligar para a Liz pelo celular dele. Estávamos salvos do nosso destino de ficar perdido perambulando pela cidade e morrer com fome, atacado por cães, esquilos selvagens ou doenças adiquiridas por remecher o lixo local.
Antes de sair para o Kukamonga a Marilena me apresentou o Dr. Negahban, que faz pesquisa na área de materiais, caracterização e propriedades de compósitos e paga US$8 a hora para estudantes de graduação. Mandei uns emails até o servidor da UNL ver que eu não sou um spam e deixar o professor ler meus escritos. Juntei os documentos para requisitar um número do seguro social, algo tipo CPF tupiniquim, estou esperando a burocracia americana funcionar e se tudo der certo, começo a trabalhar segunda.
O que começou hoje mesmo foi o ano letivo, as aulas. Mas antes de deixar os alunos mofando nas salas de aula e nos seus quartos debruçados sobre os livros, a UNL preparou um show de recepção aos novos pagadores das suas não-baratas taxas e claro, para os farofeiros garapeiros aqui também. Basicamente, tudo aqui funciona em torno de fazer o aluno sentir prazer em participar da Universidade e seus times e esportistas. Claro que em se tratando da terra do Tio Sam, o esporte principal nas Universidades é o futebol americano. O time daqui é conhecido por Hurskers e têm cinco títulos nacionais, mas esse ano completou uma década de jejum. Ainda merece destaque o time de vôlei feminino, essas sim, têm bem mais títulos recentes que os marmanjos, mesmo assim, ter os ingressos para a temporada inteira é motivo de orgulho e inveja entre os locais. Os tíquetes se encerram cedo e é praticamente impossível comprá-los por essas horas, a não ser pelos também existentes negociadores de mercado semi-negro, quase cambistas mesmo. A título de informação, eu não tenho nenhum ingresso :(
Que seja, a recepção foi ótima. Nada de trotes por aqui, nos dias que antecederam os inícios das aulas estavam ocorrendo as seleções das Sororities, algo tipo clube a versão feminina das Fraternities, um grupo de estudante com uma casa própria na Universidade que se ajuda mutuamente como uma fraternidade, aquelas coisas com geralmente vemos nos filmes tipo American Pie o último Stifler virgem com três letras gregas, alfa, pi, gama, sigma, teta.... O resultado pouco me interessa, legal mesmo foi ver tanta mulher bonita, para não dizer gostosa, junta. Convenção de Barbies é uma expressão que se ajusta muito bem situação à situação. Sem palavras para descrever a sensação e fazer entender o que se passava naqueles momentos, esse escrevedor preguiçoso e conformado se resume a essas palavras.
Para os mortais em geral, passeios pelos campus, pelo estádio de fazer inveja a qualquer time de futebol do Brasil, pelo prédio do centro recreativo e de esportes que tem um outro prédio só para sua refrigeração, festa, música, filme e uma feira com muita, muita coisa de graça para quem aparecesse. Camisa, boné, cadernos, agendas, garrafas de água são os mais mensionados pois caneta, lápis e bombons foram “de com força”, ainda teve muito refrigerante e comida de graça, descontos em lojas, restaurantes e bibliotecas da cidade também estavam nas listas.
Para finalizar, o dia de hoje. Acordei cedo, banho, cheiroso como todo o bom menino no primeiro dia de aula, mas para variar, perdemos o ônibus por não saber onde era a parada direito, o jeito foi enfrentar os quinze minutos de caminhada até o campus. Procurar a sala como todo bicho, cara de bicho como bicho que sou. Sala achada, algo me lembrou o Brasil, o professor não apareceu, vai faltar até sexta, dia 31. Tempo suficiente para dar uma volta no campus e resolver quais cadeiras eu realmente vou fazer. Um super almoço de US$2,89 no Burguer King e rumo para outra aula. Um professor meio chinês meio canadense com um sotaque F.D.P. mas nada demais para deixar de ser entendido. A última aula, de inglês, mostra que os olhinhos puxados estão mesmo invadindo as terras daqui. Fora uma representação da Rep. Dominicana, Gabão e eu, todos os outros (por volta de 15) vinham de países como China, Malásia, Vietnã e Japão. A professora é que merece uma menção, uma velhinha simpática que faz questão de aprender o nome de todos. Gordinha que é, as meias que sobem até os joelhos realçam o contraste dos pezinhos pequenos com o quadril largo, anda parecendo um ônibus fazendo curva. Para a volta, massa cinzenta trabalhando, peguei o mapinha e desenhei o trajeto do ônibus com todas as paradas até minha casa.
No mais, essa foi uma tentativa de atualização das coisas que rolaram por aqui, nao tenho muitas fotos pois me preocupei mais em me dirvertir que tirar foto, deixei esse serviço para os outros mas ainda nao tive tempo de pegar os arquivos.
Depois de dar a última atualizada, não lembro se segunda ou terça, o céu caiu sobre Lincoln. Passava eu uma morgada, não-emocionante e cinematográfica tarde de nada a fazer quando a Liz chegou, por volta das 3p.m. e disse algo do tipo “Olha as cortinas que comprei! Ah, sim ,estamos sobre alerta de tornado, é melhor fechar as cortinas!” Com o mesmo alarde que expressei nessas últimas linhas, como se fosse algo do tipo “Ih, vem chuva!”. Corri para a porta e vi a nuvem que chegava trazendo poeira, saco de lixo, vento, tudo veio na minha cara. Peguei a câmera da Liz, pois a minha não vale o que o gato enterra, e filmei o que deu, a câmera não está aqui, por isso não vou mostrar imagens, talvez mais tarde, noutro post.
Com a minha empolgação, ela tratou de tentar me acalmar, “Acho que não teremos tornado, só granizo.” Dito e feito, com pouco tempo as pedrinhas de gelo faziam barulho ao bater nos telhados e janelas. Até uma árvore soltou um enorme galho na esquina aqui perto, sorte que ninguém estava por perto, também, se estivesse, seria metralhado pelo granizo e arrastado pelo vento. Mas chega de botar medo nos parentes, e deixar o povo preocupado, vamos às boas partes...
Um dia depois, chegaram os outros brasileiros. A farofada veio meio dispersa mas todos no mesmo dia, a ponto de fazermos o teste de inglês na manhã seguinte e pegar o busão para o acampamento. O teste é para ver o nível de english da grindalhada, sim, pois aqui nós somos os gringos, e colocar cada macaco numa turma que corresponda ao nosso nível. Já o acampamento é uma espécie de boas vindas para o bixos da engenharia, nós, farofada penetra, marcamos presença. O nome do lugar, para os mais bisbilhoteiros ou curiosos que queriam dar uma olhada na net, é Camp Kitaki, procurem também variações com “y”. Mas não tem o que se tire da imagem de acampamento que se faz quando assistimos algo tipo Acampamento Kukamonga, Acampamento dos gordinhos, desses o Matheus se lembra, ou qualquer desses filems de Camp que assistíamos quando não tinhamos nada para fazer, ah minha infância de cinema em casa!
Encontramos alguns gringos como nós, uma portuguesa com certeza, chinesa para variar e dois estudantes que me lembraram um trabalho de geografia que fizemos na oitava série, o Farukh, se é que se escreve assim mesmo, é do Tadjiquistão, se é que se escreve assim mesmo 2, e a Veira, 3, é do Cazaquistão, 4! Obrigado Tia Francy, aquele trabalho foi tão importante que deu até para tirar onda com os caras fingindo que eu sabia alguma coisa da região deles, tipo bandeiras e economia. O mais engraçado era quando alguém perguntava de onde o Farukh era, depois de ouvir tantos “What?!?!” ele dizia que vinha de Far far away, que no filme do Shrek é o reino de Tão tão distante. Da parte dos nativos, só consegui guardar o nome do Kyrik, da Amanda e da Marie, pois, enfim, encontro esses caras em todo o canto.
Claro que onde tem brasileiro gaiato tem zuada e futebol. Algum tempo depois de chegarmos, descobrimos uma bola sendo maltratada por um nerd americano. Chamamos o cara para jogar mas claro que ele já foi se saindo e liberando a bola. Mesmo com toda a categoria, elegância, domínio de bola, malícia, técnica, ginga e drible que nos falta, e digo que os outros eram < a mim, fizemos uma rodinha e começamos a jogar a bola para o alto, balãozinho, essas coisas que fazemos quando não temos gente suficiente para jogar. Em pouco tempo, juntou uma roda em volta da nossa só de gente olhando aqueles caras que possivelmente falavam espanhol jogando uma bola que chamam de futebol estranhamente redonda para uns e outros de maneira que mais estranhamente ainda, não caia.
Um ou outro nativo se juntou a nós mas as nativas marcaram presença. Ainda batemos um rachinha no que restou de grama depois da delimitação do campo de football e algo tipo football com aqueles discos que se joga de um para o outro. Ainda teve fogueira para assar marshmallows, arborismo, basquete, palestras para os bichos e feijão doce com hambúrguer e KiSuki no almoço.
O mais legal foi a volta para casa no dia seguinte. Chegamos no campus, fomos chutados dos amarelinhos que em Sobral tem alguns iguais, procuramos uma parada para pegarmos o outro ônibus que, segundo nossas intenções, nos levaria de volta para casa. P.S. a essa altura o narrador displicente deveria ter dito que o Thiciano está morando comigo e a Liz e o Victor passaria a noite sob o mesmo teto pois era um brasileiro desabrigado à procura de uma ponte quentinha e aconchegante. Depois de umas voltas no quarteirão até achar a parada, descobrimos meia hora depois que o nosso transporte não passava por aquele ponto, depois de pensar um pouco, decidimos inteligentemente confiar em meu censo de direção de barata tonta e ir andando, arrastando as malas e as dores no corpo adquiridas nos últimos rachas no acampamento.
Como não tínhamos chaves nem bateria nos telefones, todas as preces eram para que a Liz estivesse em casa. Preces não atendidas, quarenta e cinco minutos perdidos a esperar, decidimos nos aventurar mais uma vez nos ônibus e tentar chegar na casa do irmão do Thiciano, mas dessa vez contávamos com a valiosa ajuda do guia de linhas de ônibus da cidade. Sabíamos onde esperar o transporte, qual ônibus pegar, onde descer para pegar a outra linha e até sabíamos que podíamos usar o serviço de transporte público mostrando a carteirinha de estudante da faculdade, só não contávamos que a outra linha já não tinha mais carros circulando e que desceríamos dois quarteirões depois. Pior para o Victor, que não tinha carteira de estudante e teve que pagar US$1,25 para a loira que dirigia o busão. Claro que até conseguirmos o primeiro ônibus, teve o tradicional, “Vou só ali enquanto o ônibus não vem!”, acompanhado do, “Pqp, lá foi o ônibus!!”. Confesso que esse fato está entre as minhas falas.
Rodamos um pouco para nos situarmos, achar um telefone onde poderíamos ligar não sei para quem, pois não sabia número de ninguém a não ser o meu e como já disse anteriormente, não tinha batería. Nesse meio tempo demos de cara com uma loja de conveniência fechada, eu ia entrando na casa de um cara que eu jurava ser uma loja de conveniência e conhecemos um outro cara que, segundo ele, até nos daría uma carona se não tivesse que comprar algumas coisas para a mulher dele. Lia-se nesse momento em nossas mentes, “Corno manso!”.
Coincidentemente, o Farukh me disse ainda no camp onde ele morava, coincidentemente 2 foi eu me lembrar mais ou menos onde era e 3 de estarmos mais ou menos por perto. Saí vagando pela rua procurando por algo que indicasse que naquela casa moraria alguém do Tadjiquistão. Meio quarteirão depois, me virei e vi o Thiciano e o Victor conversando com o Diego, personagem já apresentado anteriormente, ex-aluno do Prof. Felipe. Os outros dois não o conheciam, o contato só foi possível pois o Diego estava com uma camisa alvi-negra do Ceará. Ele nos levou para casa, eu pude ligar para a Liz pelo celular dele. Estávamos salvos do nosso destino de ficar perdido perambulando pela cidade e morrer com fome, atacado por cães, esquilos selvagens ou doenças adiquiridas por remecher o lixo local.
Antes de sair para o Kukamonga a Marilena me apresentou o Dr. Negahban, que faz pesquisa na área de materiais, caracterização e propriedades de compósitos e paga US$8 a hora para estudantes de graduação. Mandei uns emails até o servidor da UNL ver que eu não sou um spam e deixar o professor ler meus escritos. Juntei os documentos para requisitar um número do seguro social, algo tipo CPF tupiniquim, estou esperando a burocracia americana funcionar e se tudo der certo, começo a trabalhar segunda.
O que começou hoje mesmo foi o ano letivo, as aulas. Mas antes de deixar os alunos mofando nas salas de aula e nos seus quartos debruçados sobre os livros, a UNL preparou um show de recepção aos novos pagadores das suas não-baratas taxas e claro, para os farofeiros garapeiros aqui também. Basicamente, tudo aqui funciona em torno de fazer o aluno sentir prazer em participar da Universidade e seus times e esportistas. Claro que em se tratando da terra do Tio Sam, o esporte principal nas Universidades é o futebol americano. O time daqui é conhecido por Hurskers e têm cinco títulos nacionais, mas esse ano completou uma década de jejum. Ainda merece destaque o time de vôlei feminino, essas sim, têm bem mais títulos recentes que os marmanjos, mesmo assim, ter os ingressos para a temporada inteira é motivo de orgulho e inveja entre os locais. Os tíquetes se encerram cedo e é praticamente impossível comprá-los por essas horas, a não ser pelos também existentes negociadores de mercado semi-negro, quase cambistas mesmo. A título de informação, eu não tenho nenhum ingresso :(
Que seja, a recepção foi ótima. Nada de trotes por aqui, nos dias que antecederam os inícios das aulas estavam ocorrendo as seleções das Sororities, algo tipo clube a versão feminina das Fraternities, um grupo de estudante com uma casa própria na Universidade que se ajuda mutuamente como uma fraternidade, aquelas coisas com geralmente vemos nos filmes tipo American Pie o último Stifler virgem com três letras gregas, alfa, pi, gama, sigma, teta.... O resultado pouco me interessa, legal mesmo foi ver tanta mulher bonita, para não dizer gostosa, junta. Convenção de Barbies é uma expressão que se ajusta muito bem situação à situação. Sem palavras para descrever a sensação e fazer entender o que se passava naqueles momentos, esse escrevedor preguiçoso e conformado se resume a essas palavras.
Para os mortais em geral, passeios pelos campus, pelo estádio de fazer inveja a qualquer time de futebol do Brasil, pelo prédio do centro recreativo e de esportes que tem um outro prédio só para sua refrigeração, festa, música, filme e uma feira com muita, muita coisa de graça para quem aparecesse. Camisa, boné, cadernos, agendas, garrafas de água são os mais mensionados pois caneta, lápis e bombons foram “de com força”, ainda teve muito refrigerante e comida de graça, descontos em lojas, restaurantes e bibliotecas da cidade também estavam nas listas.
Para finalizar, o dia de hoje. Acordei cedo, banho, cheiroso como todo o bom menino no primeiro dia de aula, mas para variar, perdemos o ônibus por não saber onde era a parada direito, o jeito foi enfrentar os quinze minutos de caminhada até o campus. Procurar a sala como todo bicho, cara de bicho como bicho que sou. Sala achada, algo me lembrou o Brasil, o professor não apareceu, vai faltar até sexta, dia 31. Tempo suficiente para dar uma volta no campus e resolver quais cadeiras eu realmente vou fazer. Um super almoço de US$2,89 no Burguer King e rumo para outra aula. Um professor meio chinês meio canadense com um sotaque F.D.P. mas nada demais para deixar de ser entendido. A última aula, de inglês, mostra que os olhinhos puxados estão mesmo invadindo as terras daqui. Fora uma representação da Rep. Dominicana, Gabão e eu, todos os outros (por volta de 15) vinham de países como China, Malásia, Vietnã e Japão. A professora é que merece uma menção, uma velhinha simpática que faz questão de aprender o nome de todos. Gordinha que é, as meias que sobem até os joelhos realçam o contraste dos pezinhos pequenos com o quadril largo, anda parecendo um ônibus fazendo curva. Para a volta, massa cinzenta trabalhando, peguei o mapinha e desenhei o trajeto do ônibus com todas as paradas até minha casa.
No mais, essa foi uma tentativa de atualização das coisas que rolaram por aqui, nao tenho muitas fotos pois me preocupei mais em me dirvertir que tirar foto, deixei esse serviço para os outros mas ainda nao tive tempo de pegar os arquivos.
 
 

