Esse blog não pretende ser levado a sério, seu dono, muito menos. Uma vez que o mais próximo que cheguei das vias jornalísticas foram vagas horas de consciência abalada pela lacuna vazia na inscrição do vestibular: "Código do curso: ". Trata-se apenas de um meio de informar os que por algum acaso do destino ou por falta do que fazer, lembraram-se de mim e queiram saber noticias desse pobre viramundano durante suas viramundagens por paragens distantes.
Como vocês sabem ( e se não soubessem, deveriam saber), Paris é conhecida pelos não-íntimos como “La Ville-Lumière”, a Cidade Luz. Na verdade as luzes daqui são como outras quaisquer, a diferença está nas coisas que elas iluminam, monumentos, prédios históricos, estátuas, etc... Ainda tem a torre, com luzes girando no seu topo como se fosse um farol e uns pisca-piscas mais grandinhos de vez em quando.
Estava pensando em fazer um post só com fotos tiradas à noite há algum tempo (desde que descobri o módulo noturno da minha máquina). Fiz então um apanhado de algumas fotos que ficaram, a meu ver, legais.
Vou deixar então de encher o saco com o que não importa muito pois sei que poucos leem o que escrevo, só querem mesmo ver as fotos! xD
Quarta-feira 11 de novembro, feriado na França, comemoração do fim da Primeira Guerra Mundial. Dia de beber água e sentir falta da facilidade de comprar um Sonrisal no Brasil. Enquanto o pessoal cura a ressaca de (mais) uma saída mal planejada e mal sucedida, eu filosofo um pouco na cama enquanto curto o quarto vagarosamente sendo iluminado pelo sol que passa pela fresta da cortina. Meia hora e um litro de água depois, um post está a caminho. Particularmente, insônia pós-vinho é das mais criativas. Não tiro o mérito das latas de guaraná genéricas de Red-Bull do Franprix “dadas” por € 0,60, mas nada como uma mistura de vinho tinto e branco para cessar a capacidade dos neurônios por um tempo para, na manhã seguinte, utilizar de todas suas capacidades para escrever besteiras non-sense interessantes e que fazem sentido. Mas não pode ser qualquer vinho, de acordo com estudo cautelosamente conduzido em parceria com o Jean, o arrependimento em ter comprado o vinho está diretamente relacionado com o seu preço. O custo, por sua vez, é função de sua posição na prateleira do supermercado, quanto mais próximo aos olhos do consumidor, mais caro o vinho (essa regra não se aplica a consumidores como o Marcel). Portanto, quanto mais baixo na prateleira, mais barato, menos arrependimento em ter comprado o vinho.
Eu digo “menos arrependimento” ao invés de “mais satisfação” pois, sinceramente, beber vinho é um processo quase masoquista. Pelo menos para mim. Não gosto de beber, bebo porque é o jeito, pois se eu chegar no Brasil dizendo que não aproveitei os vinhos da França seria como dizer que ainda torço pelo Rubinho, porque é o melhor custo-benefício de um esquenta no país de napoleão, porque apenas aqui encontro vinhos que posso entornar o copo sem ter a sensação indescritível de que carrego uma jaca na cabeça, uma sola de bota na boca e um anão negro malabarista fantasiado de yellow submarine tocando arpa no meu estômago (sensação indescritível de uma ressaca de vinho brasileiro).
Enfim, o texto de hoje não é sobre vinho. É apenas uma pequena apresentação dos brasileiros que estão comigo na Arts e Métiers para esse ano 2009/10. A introdução acima é apenas para agradar os que não vão entender nada do post.
AVISOS- as linhas abaixo estão repletas de piadas internas;
- algumas informações foram suprimidas para resguardar o filme de alguns companheiros, tentei pegar o mais leve possível ;)
Arielly Assunção
Origem: Mosqueiros do Pará
Sonho: Uma placa com várias bocas e iPhone integrados.
Ama: O namorado dela que está em Belém.
Odeia: A tia da limpeza que dedurou que ela tinha uma placa.
Bruna Rafaella Loiola
Origem: Colinas tão distantes de Campinas
Sonho: Chegar um dia em casa sem ouvir: “La porte est ouverte. S'il vous plaît refermez la porte derrière vous.”
Ama: O namorado dela que está em Lille.
Odeia: O sempre agradável e previsível clima de Paris.
Carlos Breno Pinheiro Campos
Origem: Embaixada de Solonópole no IME
Vulgo: Tenente
Sonho: Montar um colégio militar na Espanha, colocar Solonópole de uma vez por todas nos mapas.
Ama: Andar de “Petite Chaise”. http://nathanmedeiros.blogspot.com/2009/09/la-petite-chaise.html
Odeia: Não poder utilizar um Velib.
Cet Homme
Origem : Aquelas terras cheias de cabra macho ao leste do Ceará
Vulgo: Francisco Jonas Cândido de Souza
Sonho: Voltar para sua terra natal, Areia Branca, onde, após inaugurar sua estátua em praça pública, vai poder pegar até a mulher do prefeito com seu iPhone 3Gs.
Ama: Quando o mar pega fogo, assim ele pode comer peixe assado.
Odeia: Quando o Jean “fala” mais alto que ele.
Ewerton Souza
Origem: sede da torcida organizada do Flamengo no Pará
Vulgo: “O cara que aperreio para assistir a Fórmula 1”
Sonho: Ver o Flamengo ser campeão no Maracanã.
Ama: Qualquer coisa que consiga juntar Muse, Flamengo, Fórmula 1 e Nutella.
Odeia: Ter perdido o dia para comprar os ingressos do show do Muse.
Jean Patrick de Cara
Origem: baixada Fluminense, embora teime em dizer que é carioca da gema.
Vulgo: Francês e "o Cara"
Sonho: Ter um computador que funcione.
Ama: “Conversar” com o Cet Homme.
Odeia: Os que dizem que Senegal e França não eram a mesma coisa há 60 anos atrás.
Leonardo Zorzaneli
Origem: alguma academia ao lado de um bar e um hospital psiquiátrico de Vitória.
Vulgo: “Catatau” ou “Cacapau” dependendo da pronúncia dos espanhóis.
Sonho: Conhecer a Gretchen.
Ama: Quando alguém sabe onde fica o Espirito Santo.
Odeia: Explicar que Espírito Santo e Rio de Janeiro não são a mesma coisa.
Origem: era uma vez um grupo de poloneses que decidiram ir para um país meio estranho em algum lugar na América. O dinheiro só dava para chegar no Brasil. Perambularam por aquelas terras por algum tempo até acharem a combinação entre terras desocupadas, temperatura suportável, outros gringos de países que você já ouviu falar mas não sabe onde são, loiras, carnaval, caipirinha e alguns fenômenos naturais periódicos ausentes no resto do Brasil. Algumas gerações depois, nascia o Luiz naquela faixa de terra entre o RS e o PR.
Vulgo: Luiz Gonzaga
Sonho: Que todos aprendam a escrever seu nome corretamente para que possam parar de chamá-lo de Luiz Gonzaga.
Ama: Quem escreve seu nome certo.
Odeia: Quem não escreve seu nome certo.
Marcel Vítor Santana
Origem: poderia ser de algum filme do Kubrick mas é daquele lugar no planalto central onde queríamos jogar uma bomba sempre que ouvimos expressões como CPI, governista, plenário, imunidade parlamentar, oposição, renúncia, nepotismo...
Vulgo: Autista
Sonho: Aprender a abrir as portas da Cité Universitaire para o lado certo e achar a cura definitiva para a sua gripe.
Ama: Praticar seus dotes de baterista nos lugares mais propícios como salas de aula, metrô, ônibus, reuniões e ambientes silenciosos.
Odeia: Não alcançar o pedal e o último prato de sua bateria ao mesmo tempo.
Pedro Márcio Paiva
Origem: ele quer que nós pensemos que foi de algum lugar da França, EUA ou Inglaterra mas foi de Brasília mesmo.
Vulgo: Mastère
Sonho: Que, fí, neguim do Mastère saquem as paradas cabulosas que neguim manda, tá ligado?! Tô zuando! xD
Ama: O indiano que faz Mastère com ele e esconder malas.
Odeia: Se misturar com quem não faz Mastère.
Priscila Cardoso Ambrósio
Origem: o país onde se fala Xcola, Xquina, Xcuro, Xcada e mêêêêRmo.
Vulgo: Macho
Sonho: Que todos saibam a diferença entre ela e um homem.
Ama: Seu quarto todo afresculhado com coisas do Ikea.
Odeia: A comida do RU.
Rômulo Nunes Gomes
Origem: você sai do terminal da parangaba, vai em direção ao aeroporto, pega aquele retornozinho que sai naquela avenida que passa por baixo da outra avenida que vai dar no aeroporto, depois pega um monte de ruazinha cheia de buraco até chegar numa praça cheia de gente estranha ouvindo brega, tomando cerveja e tirando o gosto com panelada. A casa dele é a de muro branco.
Vulgo: Rhomuilho.
Sonho: Que os franceses aprendam a falar seu nome corretamente.
Ama: Qualquer coisa. Como ele mesmo diz, o Rômulo ADOOOOORA tudo.
Odeia: Quando as pessoas parecem que vão lhe bater.
Tamires Barreto Cidade
Origem: a Tamires nasceu naquela terra dos Umpa-Loompa, o pessoalzinho que trabalha na fábrica de chocolate, mas devido à crise no setor no fim dos anos 80, a fábrica fechou e ela foi levada ainda muito pequena (e poderia ser diferente) para Fortaleza.
Vulgo: Tata
Sonho: Que tivesse passado da marca de 1,50 m.
Ama: Receber muitas visitas no seu quarto.
Odeia: Não poder usar a prateleira de cima do seu armário.
Claro que eu não vou me definir né!? Afinal de contas, se você está lendo isso, já me conhece. Mas quem quiser, sintam-se a vontade.... quem sou eu?
Ah, a temporada de Fórmula 1 acabou. Para você, pode ser que não faça muita diferença, mas quem me conhece, sabe que perder horas de sono para assistir corridas não é algo tão raro de minha parte. Button levou a melhor. A renegada do início do ano, Brawn GP, matou a pau e não teve para ninguém. E o Rubinho, heim? Anos de Honda nas últimas filas mas à frente do companheiro de equipe. Quando consegue um carro de ponta, assume a posição de número dois dentro do time. Grande Prêmio do Brasil: mesmo que o título estivesse difícil até para os mais otimistas, pelo menos a tão sonhada vitória dentro de casa nunca esteve tanto no colo do Barrichelo. Azar, falta de competência ou ordem de equipe, seja o que for, fato é que depois de anos acompanhando F1, cheguei a certas conclusões sobre as ilusões de torcer por Rubinho. Torcer por Rubinho é como comprar desodorante na França. Torcer por Rubinho é como xingar juiz de futebol. Torcer por Rubinho é como usar cinzeiro em moto. Torcer por Rubinho é como o Ganso fazer gol de pênalti contra o Bruno. Torcer por Rubinho é como gargarejar deitado. Torcer por Rubinho é como varrer escada a cima. Torcer por Rubinho é como colocar buzina em avião. Torcer por Rubinho é como apertar botão de elevador mais forte para chegar mais rápido. Torcer por Rubinho é como evangelizar Amy Winehouse. Torcer por Rubinho é como pedir segredo em interior. Torcer por Rubinho é como levar anão para comício. Torcer por Rubinho é como ser Adão no dia das mães. Torcer por Rubinho é como ser marinheiro na Bolívia. Torcer por Rubinho é como um mudo chamando bingo. Torcer por Rubinho é como ser joelho de freira em semana santa. Torcer por Rubinho é como ser virilha de moto-taxi. Torcer por Rubinho é como peidar e fazer barulho para ninguém sentir. Torcer por Rubinho é como papel higiênico para índio. Torcer por Rubinho é como um barbeiro com Mal de Parkinson. Torcer por Rubinho é como cearense rindo sem bater uma mão na outra. Torcer por Rubinho é como dar troco para nota de R$ 3. Torcer por Rubinho é como dar beijinho para topada. Torcer por Rubinho é como levar padre para puteiro. Torcer por Rubinho é como explicar a regra do impedimento para prima. Torcer por Rubinho é como ouvir xingamento de gago. Torcer por Rubinho é como banguela chupar pitomba. Torcer por Rubinho é como acender fósforo molhado. Torcer por Rubinho é como freio de mão em barco. Torcer por Rubinho é como escolher feijão no escuro. Torcer por Rubinho é como ser peixe em semana santa. Torcer por Rubinho é como andar de casaco em Sobral. Torcer por Rubinho é como dizer que a namorada está gorda. Torcer por Rubinho é como responder “Boa Noite” para Fátima Bernardes. Torcer por Rubinho é como entender a piada do pinguim doce de leite. Torcer por Rubinho é como volante em elevador. Torcer por Rubinho é como torcer para a mulher do padre. . . . Cansei. Vocês têm mais ideias?
Sou um cara que certas vezes não se leva muito a sério mas, durante surtos de consicência, amor próprio, e disposição, tenta construir algo que possa valorizar e me fazer lembrar de como eram as coisas no tempo que o futebol era penta, o presidente era molusco, combustível era gasolina, música era no mp3, a China tava só se butando, o Brasil ainda era para o futuro e minha idade começava a ser escrita com o dígito "2".